Pelas oposições parece que dois nomes estão bem encaminhados para a disputa governamental de 2018. Helder pelo PMDB e Úrsula Vidal por um bloco de centro-esquerda deverão estar nas disputas de 2018. O PT está mergulhado num debate interno em torno de sua tática eleitoral. Os grupos majoritários tendem a acompanhar a posição do deputa Paulo Rocha e apoiar a candidatura do PMDB desde o primeiro turno enquanto a minoria partidária defende candidatura própria ou aliança oposicionista  com partidos de centro esquerda.

Já o candidato a ser apoiado pela máquina do governo estadual, dito de forma direta, pelo governador Simão Jatene segue indefinido.  Pelo PSDB três nomes estão claramente colocados: Pioneiro, Zenaldo e Adnan Demachki. Fora do PSDB três nomes ainda estão colocados, mas que são da base do Governo: Sídney Rosa (PSB), Zequinha Marinha (PSC) e Márcio Miranda (DEM).

De todos os candidatos governistas, o nome melhor colocado nas pesquisas é a do prefeito de Ananindeua Manoel Pioneiro. Mas tudo indica que Pioneiro não é considerado um intelectual de berço, como exige a entourage tucana no estado, por isso o governador tenderia a não indicar este candidato.

Dois nomes estariam com reais poderes de barganha dentro da base governista. O nome mais forte seria de Márcio Miranda porque este é declarado candidato ao senado, que  seria o cargo pretendido por Jatene, e como tal, deslocar Márcio para a disputa do cargo de governador resolveria esta questão.

Por outro lado, Márcio Miranda conta a seu favor com a simpatia dos deputados estaduais que o consideram um bom parceiro, pela forma como este deputado conduz a gestão legislativa. O caminho seria o seguinte: Márcio Miranda seria reconduzido à presidência da ALEPA em 2018. Jatene conduziria um arranjo político com o vice-governador Zequinha Marinho para que Jatene e Zequinha renunciassem ao cargo, assumindo então o governo o presidente da ALEPA, que assumiria o governo e seria candidato à reeleição em 2018.

Mas Zequinha não vem dando sinais de aquiescência com esta estratégia. Segundo fontes bem informadas, o vice-governador  guarda mágoas do governador Jatene pela forma como foi tratada neste três anos de governo. Zequinha manda sinais de que não renunciará a condição de vice-governador e que assumindo o governo, numa eventual renúncia de Jatene,  se lançaria candidato ao governo em 2018. Caso esta situação venha a se cristalizar haveria enorme fragmentação na base do governo, abrindo espaço para a vitória da oposição pemedebista.

Caso o vice-governador não aceite o arranjo a ser proposto por Jatene, então este, para evitar uma derrota antecipada no pleito de 2018,  abriria mão de sua candidatura ao senado, governaria até o final de seu mandato, e nestas condições um nome do PSDB ganharia força para concorrer ao governo em 2018. Pioneiro estaria bem posicionado, apesar do preconceito tucano com seu nome, por estar melhor posicionado nas pesquisas.

Zenaldo teria grandes limitações para ser aceito por Jatene porque despotencializaria  a capacidade tucana nas disputas na região metropolitana, por causa de sua enorme rejeição em Belém. Por outro lado, Adnan e Sídney Rosa não dispõem de capital eleitoral para esta disputa e não potencializariam a coalizão do governo frente a azeitada candidatura oposicionista de Helder Barbalho.

Jatene, por motivos óbvios sonha com a candidatura de Márcio Miranda ao governo, uma vez que mataria vários coelhos com uma só cajadada: garantiria sua vaga ao senado, lançaria o presidente da ALEPA, agora governador, como candidato à reeleição usando todo o peso da máquina de governo, e ainda resolveria a questão do vice-governador Zequinha Marinha, lhe ofertando uma proposta irrecusável.

Numa eventual recusa do vice-governador à tática de Jatene a estratégia global do atual governador para 2018 estaria comprometida. Por outro lado, Jatene ainda precisa combinar com a base tucana. Como reagirá os diversos postulantes peessedebistas ao governo com a eventual indicação de um não tucano ao governo? No caso de Márcio Miranda?  Haveria “racha” interno na base do governo com eventual migração ao candidato do PMDB?

De fato, existem muitas questões em aberto dentro da tática ser implementada pelo governador Jatene frente às eleições de 2018. Por certo o jogo não será fácil. Além dos problemas sociais e econômicas que acometem o estado, como parte da crise econômica mais geral, ainda existe o fato desta coalizão de governo está à frente do estado desde 1994, com um breve interregno entre 2007/2010.

São vinte anos no comando político do estado. Tucanos e seus aliados por certo enfrentarão muitas questões a serem colocadas nos debates de 2018. Violência, desemprego, arrocho salarial e continuísmo estarão em todas as mesas de debates. Por certo, a situação representada pelo candidato do governador Jatene terá um enorme desafio para manter-se no poder a partir de 2018.  Só a Virtú salvará a coalizão tucana nas eleições de 2018 no Pará.

 

 

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